Tosse, dor de cabeça e uma brilhante ideia: correr do ponto de ônibus até em casa pra ver o segundo tempo inteiro. Fechando portão com pressa... Entro em casa correndo e passo voando pela sala. Meu pai: “Que pressa é essa, Renata. Banheiro?”. Eu: “CORINTHIANS! “
Cheguei (e ainda estou) tossindo igual a um cachorro velho. Cabeça estourando e a impressão de que um elefante se senta no meu tórax toda vez que tusso. Arrependimento? Nem: aqui é Corinthians. E não, futebol não me dá dinheiro, não paga minhas contas, mas Guimarães Rosa me ajuda a definir: "Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura". Bons amores pra vocês e uma boa inalação pra mim.
Mulheres Foodidas
Mulheres foodidas surgiu da vontade de contar nossas histórias. Sex and the Cohab City. A trajetória de mulheres que por não terem nascido em berço esplendido, começaram a trabalhar cedo e ralam muito. Se divertem, sofrem, amam, aprendem ou não. Sem dogmas, a proposta é contar boas histórias. Diferentes perspectivas do universo feminino vistas por moçinhas inteligentes e descoladas. Se joguem e também compartilhem suas experiências...
quinta-feira, 14 de junho de 2012
terça-feira, 24 de abril de 2012
O difícil é tirar o esmalte vermelho do canto das unhas, de Fernanda Ferri
Tem história que começa não se sabe por quê. Sem propósito, sem motivo relevante, sem intenção substancial. Apenas para constar, apenas para não deixar o nada ocupar espaço. E em algumas relações como é bom o espaço do nada! O nada é sim alguma coisa; algo muito mais válido do que o envolvimento desproposital. E depois de algumas situações fica fácil, sim!
Fica fácil enxergar quando o nada tem mais conteúdo saudável do que a manipulação libidinosa de alguns momentos... mas é difícil resistir...E o consciente auto-engano nos pune sem dó. Situações assim trazem o efêmero de brinde, como aquele esmalte da cor da moda que você ganha na compra da Marie Claire e odeia a cor na sua unha.
Eu, desde o início, não me senti bem com a cor do esmalte. Então tirei. Mas cometi o erro de não jogar o vidro fora. Impressionante a capacidade de guardar coisas inúteis. O grande problema de manter o que você já sabe que não serve mais é que, um dia, por um descuido do bom senso, pode voltar a usar. E o agravante: pode ser difícil tirar a cor no canto da unha, mesmo usando corretamente as técnicas manuais.
Eu, hoje, jogo definitivamente o esmalte fora. Mais do que outras cores, eu quero o incolor, que deixa transparecer a verdadeira natureza do tom da minha unha. Qualquer hora dessas, eu conto essa história de forma menos subjetiva, mas, por enquanto, prefiro pensar que foi apenas uma cor que eu não gostei. É mais leve... e combina com a indiferença que sinto.
Close Friends/Amigos Próximos, de Roberta Vieira
CAPÍTULO 1. Londres
A história de R. foi uma novela em capítulos. A gente se conheceu no ano de 1997, em Londres, uma semana antes de eu voltar para o Brasil, depois de seis meses na Europa. Foi um lance meio químico. Amigo de amigo/fim de balada, meio bêbada/muito tempo na seca/minha última semana em Londres, depois de tanta coisa. Nem pensei. Vi aquele holandês enorme, loiro de olhos azuis e decidi: vai ser meu essa noite.
Convenci o moço a voltar comigo para casa, junto com a amiga brasileira Y. e, no momento caso e depois futuro marido, o alemão B., para nosso apartamento num bairro no subúrbio, na zona 52 como brincava uma amiga para dizer que era periferia "máster", do norte da capital inglesa. B., de “tiração de sarro", com seu famoso humor germânico, havia me presenteado com uma camisinha da marca Big Band. Segundo ele, para me dar sorte no retorno ao Brasil. Mas quis o destino e o desejo que ela fosse usada naquela noite; com aquele homem.
Ele chegou, super sem graça, no flat que a gente dividia na reta final da temporada londrina. De tanta vergonha nem me olhava direito. Eu, de boa. Daqui a pouco estou na minha terra, conclui. O “mochilão” pela Europa já tinha rolado e eu considerava aqueles momentos como hora extra no ano morando na Europa. Uma xícara de chá, muita conversa furada em inglês macarrônico, da minha parte, dois tontos, quando finalmente eu mandei: Vamos dormir?
Arrumei o edredon no chão, umas almofadas e ajeitei o sofá para ele. Apaguei a luz e deitei. Será que ele vai "arregar"? Cinco minutos depois, ele me pergunta se pode deitar comigo. Meu ninho parece mais aconchegante que o dele. Digo que sim e ele se aproxima. Tão nórdico que na hora do beijo pergunta: posso te beijar? Respondo com o slogan da Nike, bendida publicidade que ajuda a gente. “Don’t ask. Just do it”. E ele fez. E no dia seguinte me ligou, me chamou para a casa dele e passamos uma semana juntos em King´s Cross, linha azul do metrô. Mind the gap, please, between the line and the plataform.
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